quinta-feira, 21 de julho de 2016

Por Janini Alba

01/05/16
"Eu lembro de uma noite parecida como essa. Estava tão frio e silencioso que dava para ouvir o vento soprando,as folhas não paravam um segundo sequer quietas. O gato do outro lado da rua, observando com o escuro que vinha atrás dele... e como era calma. Meus olhos se enchem de agonia com a vontade de pular a janela do quarto e ir andar tranquilamente com o vento batendo em minhas bochechas, lembrar que ainda estou viva e ao meu redor ocupo essa rua tão bonita (quando vazia). Essas anotações ou descrição não vão te fazer sentir como me sinto agora, queria que pudesse, mas essa vontade guardo só para mim. Eu sei, eu deveria ignorar tudo e ir, mas parece uma frase que não consigo completar, quando digo algo que mal tenho conhecimento, quando minto sem perceber, quando adio meus deveres. O céu está azul escuro, o gato já não está mais ali, já passam alguns carros e tudo volta a ser como foi denominado, o frio vai durar mais, as folhas vão secar e cair. Agora tudo é perfeito de ver, até a antena ou a caixa d'água em cima da casa da vizinha á frente, as muretas, o carro velho parado a uns nove meses, a pintura das casas mofadas e descascando, os fios do poste com rabiola e linha presa. Eu, apoiada na cabeceira da cama querendo apagar a luz da vela."

Por Janini Alba

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