O poeta sabe de muitas coisas. Se você apertar uma campainha e sair correndo, a emoção maior não vai ser da pessoa atender o nada, mas você sair correndo com medo que ela te veja. Um bom exemplo. A mesma coisa é se você chamar um ônibus, amarrar o cadarço no degrau e depois agradecer pelo motorista ter parado. O frio na sua barriga não será por causa do cadarço amarrado, mas por ter feito o motorista de idiota. O poeta sabe de muitas coisas. Se não como faria todas as tuas prosas? Como ele saberia o que escrever em cada linha? Sabemos que horóscopo, se verdadeiro ou não, só é famoso porque as pessoas são suficientemente inseguras e sentem como se tivessem que ouvir alguém falando o que elas tem que fazer a cada dia. Uma palavra que você lê de um poeta, se você observar novamente, verá que há coisas escondidas entre uma letra e outra. O poeta sabe de muitas coisas. Mas deixo uma coisa bem clara: não sabemos de tudo. Assim como você, não sabemos o que fazer após o término de um beijo - por isso colocamos a dúvida na poesia. Não sabemos o que fazer quando não somos correspondidos e quando isso corrói nosso coração de uma forma que não podemos fazer nada que impeça. Os poetas sofrem de amor. Os poetas sorriem sozinhos no ônibus e são loucos. Não temos as respostas para todas as dúvidas. Não sabemos o que fazer quando temos que segurar o choro diante de uma situação. Somos poetas, somos pessoas normais. Também choramos, também amamos. Os olhares de pessoas nos fascinam de uma forma que não dá para explicar, nem mesmo na poesia. Os poetas se paralisam com o olhar de quem se apaixona. Não sabemos o que fazer quando tudo cai ao redor e as nossas mãos não se fortalecem. A única saída que temos é escrever: é isso que nos torna poetas.
Texto por Kamila Iasmin
Nenhum comentário:
Postar um comentário