segunda-feira, 21 de março de 2016

Fiódor Dostoiéviski

A questão toda, a minha maior canalhice, se resumia a que todo momento, até o instante do ódio mais intenso, eu percebia, envergonhado, que não só não era mau, como não era nem mesmo uma pessoa enfurecida, apenas assustava pardais sem nenhum propósito e com isso me divertia. Minha boca espumava, mas se me trouxessem um brinquedinho ou um chazinho com açúcar, na certa eu me acalmaria. Ficaria até enternecido, embora depois, provavelmente, passaria alguns meses com insonia. Esse é o meu jeito de ser.

- Fiódor Dostoiéviski no livro Notas do Subsolo

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